Casa Criatura lança o Lab tempestade: um laboratório de ação climática

Casa Criatura lança o Lab tempestade: um laboratório de ação climática

Casa Criatura une forças com Instituto Procomum e Global Innovation Gathering para prototipar ideias e enfrentar as mudanças climáticas na Região Metropolitana do Recife.

O primeiro encontro do Laboratório de Ação Climática em Olinda aconteceu neste sábado (18) na Casa Criatura com lançamento da chamada pública para inscrição de propostas voltadas ao enfrentamento dos problemas causados pelas mudanças climáticas. 

Por meio de apoio internacional financiado pela fundação Nord-Süd-Brücken, da Alemanha, e parceria com o Instituto Procomum (SP) e a Global Innovation Gathering (DE), a Casa Criatura propõe ser um laboratório aberto ao debate em assuntos que orbitam sobre a temática das Mudanças Climáticas. Entre os desafios climáticas abordados no Lab Tempestade estão: o acesso à água potável, a segurança alimentar, a proliferação de doenças, as ilhas de calor, os riscos de inundações e deslizamentos de encostas, a importância e a viabilidade de uso de energias renováveis, a falta de integração institucional, a precariedade dos serviços urbanos nas comunidades mais vulneráveis,  a justiça climática, entre outros. Além de construir soluções para estes desafios, o Lab Tempestade também busca conectar pessoas e organizações de diversos setores e territórios, bem como influenciar políticas públicas que colaborem no enfrentamento dos fenômenos causados pelas alterações no clima. 

O encontro deste sábado (18) começou com um delicioso café da manhã no salão de eventos da Casa Criatura. Para este lançamento, estiveram presentes cerca de 60 pessoas de diferentes campos de atuação:  arquitetos, designers, produtores culturais, estudantes acadêmicos, grupos étnicos como indígenas e quilombolas, coletivos de bairros periféricos como o Ibura e Pina, professoras e professores de instituições acadêmicas, gestores públicos das cidades de Olinda e Recife e do Estado de Pernambuco além de moradores de várias cidades da Região Metropolitana do Recife.

A reversão dos desastres e crises climáticas requer a atuação de uma rede diversa de pessoas comprometidas com a causa

Com anos de experiência em pesquisa e projetos relacionados à construção de políticas públicas e ações institucionais voltadas à sustentabilidade, Rayane Aguiar conduziu com entusiasmo a solenidade do projeto #labtempestade em Olinda, do qual é coordenadora. Apaixonada pela temática das mudanças climáticas, ela é uma das lideranças do projeto e junto com Isac Filho e Juliana Rabello, falaram das ações realizadas pela Casa Criatura.

Atualmente, a Casa Criatura é uma das referências em Economia Criativa e tem fomentado ações que integram áreas como Economia Circular, Cultura Colaborativa,  Iniciativas de Conhecimento Aberto e Participação Cidadã. E esse está sendo um novo desafio: colaborar para fomentar iniciativas que atuem diretamente sobre os efeitos causados pelas crises climáticas

No primeiro encontro do Lab Tempestade, um grupo diverso de pessoas compartilhou suas experiências e perspectivas sobre a crise climática. Lídia Lins, integrante do coletivo Ibura Mais Cultura, descreveu suas ações no enfrentamento dos deslizamentos de terra e apoio aos desabrigados atingidos pelas chuvas em Pernambuco. Fernando Macedo, idealizador do movimento Salve Maria Farinha, fez um apelo sobre a preservação de áreas protegidas e o desmatamento causado pelas empresas privadas no litoral norte do estado. Kadu Tapuya, uma jovem liderança indígena, destacou os impactos negativos da monocultura da cana-de-açúcar e reforçou a importância da manutenção dos territórios indígenas. Pedro Pirrita apresentou iniciativas de educação ambiental para valorizar e preservar a cultura das comunidades pesqueiras no bairro do Pina. Sylvia Siqueira enfatizou a importância do monitoramento das iniciativas privadas e públicas para evitar o agravamento do desmatamento e fomentar ações de justiça climática. Em seguida, Hugo Mariz, gerente geral de relações internacionais da Prefeitura do Recife, falou sobre o Plano de Descarbonização e os estudos que devem ser aplicados pelas instâncias governamentais; enquanto Edvânia Santos, meteorologista na Agência Pernambucana de Águas e Clima, alertou sobre os desafios enfrentados por sua unidade e a importância da informação precisa em boletins oficiais.

Para ver todas as fotos, acesse o álbum.

Um laboratório aberto e potente para co-criar ações em favor dos ecossistemas

Após a apresentação das convidadas, abriu-se o debate com o público presente. Dentre as contribuições, destacam-se relatos como o de Alexandre Miranda, gestor público e morador de Jardim Fragoso, que revelou ter sido vítima dos desastres do clima: Já fui muito atuante em movimentos no meu bairro. Hoje sou gestor público e moro numa região (Olinda) que há quase 40 anos sofre com alagamentos. E ultimamente só vemos esse problema crescer (…) Infelizmente, eu também fui vitima dos desastres do clima que atingiu o meu bairro ano passado.

Já fui muito atuante em movimentos no meu bairro. Hoje sou gestor público e moro numa região (Olinda) que há quase 40 anos sofre com alagamentos. E ultimamente só vemos esse problema crescer (…) Infelizmente, eu também fui vitima dos desastres do clima que atingiu o meu bairro ano passado.

Edna Dantas, integrante da Casa de Sal, compartilhou seu trabalho de luta e ativismo ambiental na Ilha de Itamaracá e faz um apelo de sensibilização às pessoas presentes sobre os problemas enfrentados em seu município, que segundo ela foi abandonado ao descaso: 

Sou apaixonada por Itamaracá e lembro que a cidade já foi o ‘point’ de Pernambuco. Hoje a ilha está abandonada! Conseguimos construir a nossa casa (Casa de Sal) por meio de coleta de garrafas de vidro e resíduos encontrados no mangue. Mas o que tem nesses lugares (ecossistemas), dava para construir mais dez casas como a nossa!

Por fim, apresentou-se o site oficial do projeto com a chamada aberta para inscrição no Laboratório de Ação Climática em Olinda. O edital prevê selecionar até 30 pessoas que ganharão bolsas de R$400 (cada), mais ajuda de custo de transporte e material e alimentação para trabalhar em suas ideias e protótipos. Para fazer parte deste edital, a pessoa precisa morar na região metropolitana do Recife. Para saber mais e se inscrever, acesse:  https://lab.procomum.org/lab-tempestade/

Essa é uma convocatória aberta e o prazo de inscrição vai até o dia 31 de março de 2023. Então, não marque bobeira. Corra e se inscreva no site!

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