Uma iniciativa para reverter os impactos das mudanças climáticas.
Não podemos esperar por soluções mágicas para enfrentar a crise climática!
O ano é 2023 e o que os estados de São Paulo e Pernambuco têm em comum? Ambos têm sofrido com fenômenos extremos de chuva causados pelas mudanças climáticas. De norte a sul do Brasil, os desastres do clima resultam em centenas de mortes e desalojam milhares de pessoas. Segundo dados da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), só no mês de dezembro de 2022, 245 municípios decretaram Situação de Emergência e mais de 525 mil pessoas foram afetadas. Além de deslizamentos, enchentes e enxurradas, houve 33 mortes no mesmo período..
Este problema não é novo. A cidade do Recife ficou marcada pela cheia de 1975, quando 80% de sua área habitada foi inundada. Homero Fonseca, jornalista da Folha de São Paulo, escreveu um livro sobre o episódio e afirmou que “a cidade ficou uma desgraceira, as árvores tombaram, os carros virados por todos os lugares, cobras e outros bichos também tomaram conta. Não dava para saber onde terminava o rio e onde começava a cidade” (G1, 2015). Cinquenta anos depois, a cidade enfrenta um problema semelhante.
Com o oceano mais quente e temperaturas acima de 27°C, o volume de chuvas tem sido cada vez mais intenso, de acordo com o oceanógrafo Moacyr Araújo, coordenador da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima). A falta de planejamento urbano é a causa das enchentes, diz ele: quando se aterra uma área de rios, manguezais ou espaços de vegetação para construir prédios ou casas, perde-se a capacidade de drenar a água e a água transborda e inunda a cidade. (CEERMA, 2022)
A cientista brasileira Mercedes Bustamante, uma das revisoras do Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – IPCC de 2021, alerta sobre os riscos sofridos pelas cidades, já que 80% da população está concentrada em centros urbanos. É preciso tomar medidas urgentes de mitigação de riscos.
É fundamental buscar soluções mais sustentáveis de energia e reduzir a produção de carbono, principal causa do efeito estufa. O investimento em mitigação de riscos e danos causados pelas mudanças climáticas deve ser uma prioridade no orçamento das cidades e nações. É importante criar políticas públicas mais eficazes para tratar de transporte público, mobilidade ativa e conscientização sobre o consumo excessivo e poluição. Como disse a jovem ativista sueca Greta Thunberg, não há tempo para promessas vazias ou planos que não serão executados. Ou mudamos agora ou não haverá amanhã.
Lançamento do Lab Tempestade em Olinda
No dia 18 de março de 2023, a Casa Criatura sediou o lançamento do Lab Tempestade, o Laboratório de Ações Climáticas em Olinda (PE). A rede internacional de inovação social Global Innovation Gathering, da qual o Instituto Procomum e a Casa Criatura fazem parte, conseguiu financiamento da fundação alemã Nord-Süd Brüken para criar o Laboratório de Mudanças Climáticas na cidade, escolhida por seu potencial criativo e cultural, mas também por enfrentar problemas históricos com desastres climáticos, como deslizamentos de encostas e habitações vulneráveis.
O evento contou com a presença de mais de 80 pessoas representando diversos setores, entre instituições públicas, como as prefeituras de Olinda e Recife e a Agência Pernambucana de Águas e Climas – APAC; instituições de ensino e pesquisa como a Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Católica, CESAR School e Institutos Federais ; bem como organizações da sociedade civil, ativamente representada por coletivos, grupos étnicos indígenas e ONGs.
O encontro foi marcado pela presença de jovens e de um grupo diverso de designers, arquitetas, professoras, comunicadoras, produtoras culturais, produtoras de conteúdo, ativistas ambientais, gestoras públicas e moradoras locais.



Participantes do evento
Com anos de experiência em pesquisa e projetos relacionados à construção de políticas públicas e ações institucionais voltadas à sustentabilidade, Rayane Aguiar conduziu com entusiasmo a solenidade do projeto #labtempestade em Olinda, do qual é coordenadora. Apaixonada pela temática das mudanças climáticas, ela é uma das lideranças do projeto e junto com Isac Filho e Juliana Rabello, falaram das ações realizadas pela Casa Criatura.
Casa Criatura: um laboratório vivo de economia criativa e inovação social na cidade histórica de Olinda
Isac Filho e Juliana Rabello, representantes da Casa Criatura, contam a história da organização, desde seu início no bairro do Amparo até sua atual sede no Carmo. A Casa Criatura é dedicada à ocupação e revitalização de espaços abandonados. Durante a pandemia, a organização adaptou sua atuação para a economia criativa em resposta à demanda emergencial provocada pela Covid-19. Um dos projetos da Casa Criatura, o Careables Casa Criatura, recebeu apoio da Fundação Mozilla e produziu artefatos como Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e a Aerosol Box para unidades de saúde de Terapia Intensiva (UTIs). O trabalho resultou na publicação internacional Viral Design.
A Casa Criatura também se envolveu no projeto para criação de fazendas urbanas Begreen e em um consórcio de atores públicos e privados para a construção do primeiro laboratório de inovação em economia circular do Brasil, localizado em Fernando de Noronha, e que integra o projeto Plástico Zero de Noronha, apoiado pela Ball Corporation. A organização também colaborou com a iniciativa Trama de Saberes, ocorrida em Belo Jardim, por meio do Instituto Conceição Moura, e produziu uma série de jogos educativos em uma campanha que ficou conhecida como “Virando o Jogo“.
A rede internacional de inovação social Global Innovation Gathering (GIG) tem sido uma grande parceira para a realização das iniciativas fomentadas pela Casa Criatura e pelo Instituto Procomum. A organização continua trabalhando arduamente para criar soluções inovadoras e criativas para os desafios socioambientais do seu entorno.
O comum é uma potência: o Procomum e o empoderamento das comunidades para promover transformações sociais
Em seguida, é apresentado um vídeo com Marina Paes, coordenadora do LabTempestade e integrante do Instituto Procomum. No vídeo, Marina destaca que os laboratórios têm o potencial de encontrar soluções aplicáveis aos territórios e apresenta os principais problemas causados pelas mudanças climáticas. Ela também menciona os oito territórios de São Paulo e Rio de Janeiro que participaram do Lab Mudança Climática com o apoio do British Council.
O Instituto Procomum, desde a sua fundação, tem se preocupado com as crises climáticas e sustentabilidade. Essa preocupação se intensificou em 2020, durante a pandemia, quando foi realizado o LAB de Mudanças Climáticas. Nesse laboratório, diversas organizações, como a ECO-Maré do Rio de Janeiro, Sustenta Grafitti de São Vicente, SAF Aldeia Tekoá Kwaray de Peruíbe e Alagados de Santos, desenvolveram protótipos relacionados ao tema. Os resultados obtidos foram muito positivos, incluindo iniciativas de reflorestamento, revitalização de espaços públicos e valorização de comunidades indígenas.
Global Innovation Gathering: Uma Comunidade Vibrante e Diversa de Hubs de Inovação e Conhecimento Aberto
Em seguida, a rede Global Innovation Gathering é apresentada como uma grande parceira para a realização do Laboratório de Mudanças Climáticas em Olinda.
A Global Innovation Gathering é uma comunidade global de pessoas que trabalham com inovação ou que fazem parte de hubs de inovação e conhecimento aberto. A GIG é uma plataforma para pessoas e organizações que buscam criar impacto positivo em suas comunidades locais e globalmente. Através de uma série de eventos, projetos e iniciativas, a GIG promove a diversidade, a inclusão e a sustentabilidade na inovação. E tem apoiado iniciativas diversas, desde criação de protótipos para respostas emergentes como a do covid-19 quanto iniciativas de ciência cidadã, como o CoAct.
Ibura + Cultura: uma ação coletiva pelo fortalecimento de ações cidadãs no bairro do Ibura
Mudança climática é a pauta da nossa vida – Lídia Lins
Lídia Lins, integrante do Coletivo Ibura + Cultura, discorre sobre os projetos e ações empreendidos por seu grupo. O bairro do Ibura é mencionado como um dos mais afetados pelas chuvas recentes em Pernambuco, no qual a comunidade do Jardim Monte Verde foi uma das mais atingidas. Foram registradas centenas de mortes e desaparecimentos ocasionados pelos deslizamentos de barreiras e enchentes. O fenômeno foi considerado como a maior tragédia do século em Pernambuco, superando a fatídica cheia de 1975.
O coletivo é composto por jovens que trabalham com iniciativas culturais. No entanto, a pandemia do Covid-19 apresentou desafios e evidenciou as disparidades sociais que demandaram a mudança de atuação do grupo, voltando o foco de atuação para apoiar e garantir segurança alimentar aos mais vulneráveis. O segundo momento de atuação do coletivo foi marcado pelos deslizamentos de barreiras, quando a iniciativa se mobilizou em mutirão para localizar os corpos nos deslizamentos de barreiras e angariar apoio aos desabrigados pela chuva.
Lídia aponta a falta de responsabilização das instituições públicas, como a defesa civil, diante das situações de emergência ocasionadas pelas chuvas em sua região.
Sobre o Coletivo Ibura + Cultura
O Coletivo Ibura Mais Cultura é uma iniciativa que promove a cultura e a arte como ferramentas de transformação social no bairro do Ibura, em Recife. Através de atividades e oficinas gratuitas, o projeto empodera a população local e fomenta a produção cultural no bairro, fortalecendo sua identidade e promovendo a integração entre os moradores. O coletivo também realiza ações de cidadania e diálogo com autoridades locais para discutir questões importantes para a comunidade. Mais informações, acesse aqui.
Maria Farinha em risco: como as mudanças climáticas ameaçam a biodiversidade marinha na região
É uma missão proteger as nossas áreas verdes e costeiras. Precisamos combater a gentrificação de praias e mangues, lugares onde estão as comunidades pesqueiras – Fernando Macedo
Fernando Macedo é o fundador do projeto “Salve Maria Farinha“, que promove a educação ambiental com uma abordagem participativa e envolvente. Durante uma apresentação, Fernando mencionou as consequências sem precedentes de fenômenos climáticos, como as cinco chuvas de granizo que devastaram a produção de alimentos em Pernambuco. Ele também chamou a atenção para o crescimento urbano desordenado na região de Maria Farinha, em Paulista, e a ocupação ilegal de empresas em áreas verdes e costeiras, citando a Votorantim como exemplo. Fernando também falou sobre o impacto do derramamento de petróleo em 2019 na produção pesqueira local. Ele destacou a comunidade pesqueira quilombola de Vila de Cunheras e a atual mobilização popular contra o projeto de ocupação da Votorantim na região.
Sobre o movimento Salve Maria Farinha
O projeto Salve Maria Farinha é uma iniciativa de educação ambiental que visa conscientizar a população sobre a importância da preservação do meio ambiente e dos recursos naturais. Através de ações educativas e mobilização social, o projeto busca enfrentar as problemáticas ambientais da região de Maria Farinha, em Pernambuco, com foco em áreas como a proteção costeira e a segurança alimentar. Além disso, o projeto trabalha para promover o desenvolvimento sustentável e a construção de uma sociedade mais consciente e responsável com o meio ambiente.
Movimento Mata Sul: a ciência indígena em prol da sustentabilidade local
A nossa luta é pela demarcação de terras indígenas e pelo reconhecimento da nossa identidade. Pois nossos valores e práticas estão em sintonia com a natureza. – Kadu Tapuya
Kadu Tapuya, uma jovem liderança indígena da Mata Sul, aborda a monocultura da cana de açúcar e a mão de obra escrava como legados negativos na história da região. Ele destaca o conflito de interesses entre os donos de usina com as comunidades locais e defende a demarcação de terras indígenas.
Tapuya destaca a importância da manutenção dos territórios indígenas para a produção de alimentos sem agrotóxicos e a perpetuação de culturas originárias, que valorizam práticas sustentáveis e estão em sintonia com a natureza. Ele é uma das lideranças do Movimento de Retomada Mata Sul de Pernambuco e ressalta que a resistência da comunidade indígena acontece por meio da perpetuação da língua e da espiritualidade. Para fortalecer a identidade e cultura indígena, Kadu menciona o projeto “Se declara, parente”, uma iniciativa apoiada pelo IBGE que visa estimular a auto declaração e reconhecimento do pertencimento a comunidades indígenas e quilombolas.
Kadu Tapuya ainda comenta sobre a incorporação de comunidades indígenas pelo Estado, citando aldeamentos em Escada, Barreiros, Jaqueira e Arraial que foram incorporados pelo governo local. Ele destaca a importância de combater o apagamento das culturas indígenas, que ocorreu por meio de processos violentos como estupros e o não reconhecimento das origens e da história dos grupos étnicos, levando ao desaparecimento de muitos desses grupos.
Sobre o movimento Retomada Mata Sul de Pernambuco
Movimento liderado por Kadu Tapuya, de origem Xukuru, que junto a outros jovens buscam retomar a identidade de grupos étnicos – indígenas e quilombolas – situados em cidades da região Mata Sul do Estado de Pernambuco. Dentre as iniciativas propostas pelo movimento está a ação “Se Declara, Parente!” que tem como proposta incentivar pessoas nos territórios indígenas a se autodeclararem como indígenas e caboclos.
Um mais um é sempre mais que dois: movimentos sociais unem forças pela preservação do Pina
Precisamos trazer a periferia para a centralidade do debate (sobre mudanças climáticas) e atuação. – Pedro Pirrita
Durante sua apresentação, Pedro Pirrita – idealizador do Movimento Amigos de Pirrita – ressaltou a importância das atividades realizadas no território do Pina pelo seu projeto. Ele enfatizou que uma das iniciativas é um roteiro ambiental, que envolve estudantes de escolas locais e promove a agricultura agroecológica na região. Pedro destacou que é fundamental trazer a periferia para o centro do debate e da atuação.
Além disso, Pedro destacou o papel crucial do ecossistema do mangue como uma barreira natural contra os avanços do mar e mencionou o trabalho dos pescadores, que atuam como guias turísticos e conscientizam sobre a importância da região.
O projeto também oferece apoio direto a projetos de empreendedorismo, incluindo o Instituto Negra Linda, e trabalha em colaboração com a cooperativa de catadores e os viveiros de camarão. Essas iniciativas visam fortalecer a comunidade e promover o desenvolvimento sustentável na região do Pina.
Sobre o movimento Amigos de Pirrita
O bairro do Pina, situado ao norte de Boa Viagem, possui uma rica efervescência cultural, marcada por diversos movimentos sociais e organizações. O Pina tem despertado interesse de empresas imobiliárias, tornando-se alvo de especulação e gerando tensões em relação aos despejos. Importantes comunidades de pesca artesanal estão presentes no Pina e a remoção dessas comunidades representaria um impacto negativo para mais de 900 famílias. O Movimento Amigos de Pirrita tem se destacado por suas diversas ações sociais, como a distribuição de cestas básicas, iniciativas educativas de conscientização ambiental e de direitos femininos, além de fomentar eventos e encontros para reunir empreendedores locais, sobretudo aqueles voltados ao turismo de experiência e comunitário.
A luta por justiça climática em áreas protegidas: avaliando a efetividade dos planos de preservação
É preciso monitorar os planos ambientais e lutar pela justiça climática em Pernambuco – Sylvia Siqueira
Sylvia Siqueira é uma ecofeminista preocupada com os impactos negativos de obras que estão afetando diretamente Áreas de Proteção Ambiental (APA). Em colaboração com a Universidade Federal Rural de Pernambuco, ela está acompanhando um projeto que visa a medição desses impactos. Além disso, está trabalhando para criar uma plataforma de justiça climática em Pernambuco e monitorar a efetividade do plano de descarbonização do estado. Ela tem levado essas questões para a Rede Sustentabilidade, partido político liderado por Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente.
Sobre Sylvia Siqueira Campos
Sylvia Siqueira Campos é uma ativista em direitos humanos e se considera ecofeminista. Com 23 anos de experiência em ativismo e projetos educacionais para crianças, adolescentes e jovens, ela lidera diversas organizações, como o Movimento Internacional de Educação Socialista, o movimento Mirim Brasil e a ABONG (PE). Além disso, colabora com o Grupo Nacional de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 das Nações Unidas e faz parte do conselho estadual de Direitos Humanos de Pernambuco.
Gestão pública e mudanças climáticas: quais as estratégias necessárias para enfrentar os desafios?
É preocupante ver a descredibilidade de instituições como a APAC quando faz os avisos meteorológicos e essa informação é vista como “piada” pela população. – Edvânia Santos
Hugo Marins, gerente geral de relações internacionais da Prefeitura do Recife, discute a importância de estudos sobre mudanças climáticas e destaca a existência do Mapa e Índice de Vulnerabilidade da cidade. Ele também enfatiza a necessidade de um plano de descarbonização aplicado pelas políticas públicas em Pernambuco.
Edvânia Santos, meteorologista, inicia sua apresentação com a pergunta: “O que vocês pensam quando pensam no aviso meteorológico da APAC?” Ela aponta que muitas vezes a informação técnica não é transmitida de forma clara para a população e que isso pode levar à descredibilidade das instituições responsáveis pelos avisos. Edvânia destaca a importância de popularizar a informação meteorológica e que o acompanhamento diário pela população pode ajudar a prevenir desastres climáticos. Ela apresenta o site da APAC e um sistema de monitoramento por satélite. Edvânia enfatiza a necessidade de pesquisas tanto sobre aquecimento quanto sobre esfriamento global e menciona um estudo de eventos extremos entregue no ano passado.
Algumas iniciativas públicas em Pernambuco para lidar com as Mudanças Climáticas
- O GECLIMA (Grupo Executivo de Acompanhamento do Plano Municipal de Mudanças Climáticas) foi instituído pelo Decreto nº 27.343/2013 e é composto por membros da Administração Pública Municipal. Seus principais objetivos são apresentar e discutir internamente as ações e projetos na área ambiental e fornecer informações para a tomada de decisões da gestão. A Vice-Prefeita, Isabella de Roldão, é a presidente do GECLIMA.
- A Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC) é um órgão vinculado ao governo do estado de Pernambuco, responsável por monitorar e prever as condições climáticas, hidrológicas e meteorológicas do estado, além de emitir alertas para a população sobre eventos extremos, como chuvas intensas e secas prolongadas.
- A ARIES (Agência Recife para Inovação e Estratégia) é uma organização sem fins lucrativos que busca promover a adoção de energias renováveis e soluções sustentáveis para o desenvolvimento do setor energético. Ela atua na promoção de políticas públicas e estratégias de negócios que incentivem a geração de energia renovável e a eficiência energética. Além disso, a ARIES também trabalha na capacitação de profissionais e na disseminação de informações sobre energias limpas e sustentáveis. Tem atuado como co-executora da CITinova.
- A iniciativa CITiNova é um projeto do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) que tem como objetivo promover o desenvolvimento de cidades inteligentes e sustentáveis no Brasil. O projeto envolve a implementação de soluções tecnológicas e inovadoras para lidar com desafios urbanos, como mobilidade, segurança, meio ambiente e gestão pública. A iniciativa busca incentivar a cooperação entre setor público, empresas e sociedade civil para promover a inovação e a sustentabilidade nas cidades brasileiras. Está desenvolvendo um projeto piloto em Recife e Brasília. Assista o vídeo institucional sobre o projeto.
- O projeto Cidades Sustentáveis é uma iniciativa que tem como objetivo engajar gestores públicos e a sociedade em geral na construção de cidades mais sustentáveis. Através da plataforma online, são disponibilizados indicadores e ferramentas para avaliar e monitorar o desempenho das cidades em temas como meio ambiente, mobilidade, saúde, educação, governança, entre outros. O projeto busca incentivar a adoção de políticas públicas e práticas que promovam a sustentabilidade urbana e o bem-estar da população
Debate aberto para contribuições
Já fui muito atuante em movimentos no meu bairro. Hoje sou gestor público e moro numa região (Olinda) que há quase 40 anos sofre com alagamentos. E ultimamente só vemos esse problema crescer (…) Infelizmente, eu também fui vitima dos desastres do clima que atingiu o meu bairro ano passado. – Alexandre Miranda
Alexandre Miranda é gestor público e também morador de Jardim Fragoso, uma região que sofre com alagamentos há quase 40 anos. Ele já foi ativista em movimentos como Amigos da Praia, Mais Parques Olinda e Fragoso Resiste. Apesar de se sentir desconectado do movimento de mobilização social por conta de sua posição como gestor público, Alexandre já foi vítima dos desastres climáticos que afetam sua região. Ele conta que as chuvas de 2022, ocorridas em junho, afetaram diretamente o setor artístico, levando ao cancelamento de atividades culturais.
Sou apaixonada por Itamaracá e lembro que a cidade já foi o ‘point’ de Pernambuco. Hoje a ilha está abandonada! Conseguimos construir a nossa casa (Casa de Sal) por meio de coleta de garrafas de vidro e resíduos encontrados no mangue. Mas o que tem nesses lugares (ecossistemas), dava para construir mais dez casas como a nossa! – Edna Dantas
Edna Dantas e Maria Gabrielly Dantas vivem na Casa de Sal em Itamaracá, uma região que já foi um ponto turístico de Pernambuco, mas que atualmente está abandonada. Para ajudar a preservar o meio ambiente local, elas construíram uma casa de garrafas de vidro e resíduos coletados no mangue e em outras regiões da região. De acordo com Edna, há resíduos suficientes em Itamaracá para construir mais 10 casas como essa. Infelizmente, faltam iniciativas locais em prol do meio ambiente em Itamaracá. Ela faz um apelo para que sejam desenvolvidos projetos de preservação ambiental na região e que Itamaracá seja vista como um lugar que precisa de apoio.



Chamada pública para inscrição de propostas
Casa Criatura e o Instituto Procomum, em parceria com a Global Innovation Gathering, abrem chamada pública para a primeira realização do Laboratório de Ações Climáticas em Olinda, Pernambuco, entre os dias 14 e 15 de abril de 2023 e 06 de maio de 2023. Pessoas maiores de 18 anos podem se inscrever e ganharão bolsas de apoio para o desenvolvimento de protótipos para lidar com as mudanças climáticas.