Dia 1º de março é comemorado no Brasil como o Dia Nacional do Turismo Ecológico. A data foi criada para comemorar o ecoturismo, a fim de promover a visitação de patrimônios naturais e conscientizar para a conservação das reservas naturais e ecossistemas.
Em tempo de intensas mudanças climáticas e forte degradação ambiental, é preciso repensar o modo como produzimos, consumimos e usufruirmos os recursos e espaços ao nosso alcance. O turismo é uma atividade econômica que atrai público, gera emprego e renda, fortalece a cadeia produtiva local, valoriza a cultura e pode garantir vitalidade aos lugares. Mas se esta atividade for praticada de forma não sustentável, seu impacto pode ser devastador para o meio ambiente, cultura e lugares.
A Organização Mundial do Turismo (OMT) afirmou em relatório que o setor turístico arrecadou, só no ano de 2019, cerca de 1,7 trilhões de dólares, com um total de 1,4 bilhões de voos internacionais pelo mundo. Com a covid-19, esse número caiu substancialmente, e o setor enfrentou uma das suas maiores crises: perdeu 900 milhões de turistas internacionais entre janeiro e outubro de 2020 e apresentou uma perda de receitas de US$ 935 bilhões em exportação, o que representa mais de 10 vezes o prejuízo registrado em 2009. Com isso, os governos, assim como o Brasil, têm incentivado o turismo doméstico e outras práticas de turismo que evitem aglomerações. E aí que entra o turismo ecológico ou ecoturismo com uma solução para este novo momento que passamos.
Definido pelo Ministério do Meio Ambiente como “o segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações”, o turismo ecológico é uma alternativa e ação necessária para repensar a atividade turística de exploração.
A atividade turística quando praticada de forma irresponsável, traz danos aos ecossistemas e à comunidade local. Dentre os impactos negativos relacionados ao turismo tradicional, podemos citar aqueles que exploram os lugares sem preocupar-se com suas reservas naturais como o desmatamento de vegetação nativa para construção de hotéis, resorts e parques de lazer; desenvolvimento de um sistema turístico sem saneamento básico que atenda à demanda provocada pela atividade; sistema deficiente, que não articula e põe em prática uma ação de coleta seletiva, evitando que resíduos sejam descartados na natureza como mares e rios; descaracterização e desvalorização da cultura local; gentrificação dos espaços, entre outros fatores que são degradantes e nocivos aos territórios.
O ecoturismo é um dos ramos do setor que mais crescem no mundo e arrecada cerca de R$ 70 milhões de dólares, só no Brasil. Práticas como rapel, mergulho, caminhada, trilhas, contemplação, canoagem, ciclismo, cavalgadas, entre outras são possíveis de serem realizadas neste ramo. Quando bem articulado, o turismo pode ser uma ótima estratégia de conservação da natureza. Para que uma atividade seja considerada turismo ecológico, é preciso atender a alguns requisitos básicos como respeito às comunidades locais, envolvimento econômico efetivo das comunidades locais nas atividades turísticas, o respeito às condições naturais e a conservação do meio ambiente, mediado por uma iniciativa de educação ambiental.
A Casa Criatura tem buscado firmar parcerias, como o Hotel Fazenda da Pedra do Rodeadouro (PE), que promovam o ecoturismo. Acreditamos que é possível transformar os lugares, sem que para isso precisemos destruir seus ecossistemas. É possível construir infraestruturas e por em prática atividades turísticas que estejam em conformidade com iniciativas de conservação e conscientização ambiental para manter o patrimônio natural para as próximas gerações.
Criatura propõe projeto ao setor turístico de Bonito Atividades do Turismo Ecológico. Foto tirada no Hotel Fazenda Pedra do Rodeadouro, em Bonito. Hotel Fazenda Pedra do Rodeadouro.