A Criatura apoia iniciativa que busca falar sobre cultura popular e periférica

A Criatura apoia iniciativa que busca falar sobre cultura popular e periférica

A Casa Criatura está em processo de mudanças e terá um estúdio de gravação em seu novo espaço. O estúdio foi inaugurado pela Que Braba, uma iniciativa de comunicação independente, formada por mulheres, cujo propósito é falar sobre cultura popular e periférica.

Registro do trabalho realizado pela iniciativa Que Braba, no estúdio da Casa Criatura.

Fevereiro começou “frevendo” para a Criatura. A Casa passa por um processo de reformulação e mudanças. Haverá ampliação das ações e serviços, que ficarão distribuídas em duas sedes na cidade de Olinda, uma no bairro do Amparo (mais antiga) e outra na Ribeira. O novo espaço ainda passa por reformas para atender as iniciativas parceiras e o público em geral.

Mesmo recente e em construção, o estúdio presente na Criatura Ribeira teve a grata satisfação em receber as idealizadoras da Que Braba, cujo projeto “Oxi, Mermão!”, filmado no estúdio, foi uma das propostas inscritas e aprovadas na Lei Aldir Blanc de Pernambuco, uma medida emergencial voltada para mitigar os impactos da crise econômica sentida pelo setor cultural e artístico.

Em conversas com as idealizadoras da iniciativa, Manuela Andrade (@eitamanuela) e Lina B (@eusoulinab) falam do novo momento da Que Braba, que só neste ano conseguiu aprovar dois projetos na Lei Aldir Blanc: o Projeto Cinema na Palma da Mão, uma ação de formação que busca estimular a produção audiovisual a partir do próprio smartphone das participantes; e o projeto Oxe, Mermão!, um podcast cuja finalidade é construir episódios para debater a cultura local, buscando desmistificar a visão que se tem sobre o brega e enriquecer a discussão sobre o que é cultura popular e periférica.

Manuela é formada em jornalismo, trabalha com assessoria de imprensa e também produz eventos culturais. Em conversa, ela conta que a iniciativa nasceu ainda na faculdade, quando era estudante, como uma ação realizada entre amigos para falar do cotidiano e da rotina vivida no espaço acadêmico. Desde lá, a Que Braba tinha o propósito de ser um canal crítico para dar voz ao que, muitas vezes, é ignorado ou discriminado, como a cultura LGBTQIA+. Manuela fala também do seu envolvimento e trabalho no universo do RAP e do Brega e aponta que o meio de produção desses gêneros musicais ainda é dominado por homens:

Precisamos puxar mais as mulheres, pretas e periféricas, para protagonizarem neste mercado cultural. Tem muita coisa boa que vem da periferia, que elas fazem parte disso.[…] E queremos (também) fortalecer a visão de cultura periférica como cultura popular. E lembrar que temos voz e precisamos ser vistas e ouvidas!

Manuela Andrade

Lina B é produtora de filmes (filmmaker), mas faz de tudo e mais um pouco. Atua com roteirização, captação e edição de imagens para o audiovisual e iniciou sua carreira com fotografia e iluminação na área do Teatro, onde trabalhou com a atriz Hilda Torres, em projetos voltados à estética e à discussão sobre o universo feminino. Lina fala que aos poucos vem se envolvendo na área musical, decorrente da sua integração com a Que Braba. A produtora comenta que trabalhar com a Que Braba tem sido super positivo, pois tem colaborado para ampliar as suas perspectivas sobre a construção e sustentação de projetos, levando-a a pesquisar outras formas de fomento que não apenas a partir de editais.

É muito significativo que a nossa iniciativa exista há um pouco mais de 3 anos, mas só agora conseguimos investir sem tirar do nosso próprio bolso. […] A Lei Aldir Blanc surgiu como respiro e estamos investindo nas nossas ideias e buscando profissionalizá-las para melhorar cada vez mais os nossos serviços e projetos

Lina B

O projeto Oxe, Mermão! tem como proposta trabalhar com conteúdos sobre a cena musical local e ainda possui dispositivos acessíveis, com tradução simultânea em libras. Apresentar medidas de inclusão e acessibilidade comunicacional é uma das preocupações da Que Braba.

Sobre o projeto Oxi, Mermão!

O podcast “Oxi, Mermão!”, aprovado na Lei Aldir Blanc no Estado de Pernambuco, será construído em três episódios, cujos conteúdos falam sobre cultura periférica e cultura popular.

O “Oxi, mermão!” tem o compromisso de firmar o brega, bregafunk, rap, pagode baiano e outros ritmos que nascem na periferia como cultura popular, em um debate que mescla uma visão mais acadêmica sobre o tema com a experiência de profissionais da área. A ação terá a participação do Mestre de Maracatu Rural, Anderson Miguel, e o o produtor de brega Eliabe Carlos. Serão convidadas também os mestrandos em comunicação e pesquisadores na área cultural, Antônio Lira e Winglisson Henrique.

O podcast será difundido por meio do Youtube, entre outras plataformas, como Spotify e Deezer. Os episódios serão lançados nos sábados 6, 13 e 20 de fevereiro, a partir do meio-dia.

Para saber mais, acesse https://linktr.ee/quebrabacast. E não deixe de seguir a @quebrabacast no insta! Curta e compartilhe essa iniciativa 😉

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