As mudanças climáticas são fenômenos reais. No entanto, temos que lidar com outro fenômeno também real: a desinformação. Saiba porquê desmistificar o assunto e fornecer informações precisas é tão importante para tomar decisões em tempos de emergências climáticas.
Quem nunca caiu na rede da desinformação levanta a mão! A desinformação pode ser definida como informações falsas ou enganosas que são divulgadas com a intenção de enganar, manipular ou confundir as pessoas. A disseminação de desinformação tem se tornado cada vez mais comum nos dias de hoje, especialmente com a facilidade de acesso à internet e às redes sociais.
Debunking Climate Change significa “Desmistificando as Mudanças Climáticas” e tem como objetivo desmistificar as mudanças climáticas, combatendo falsas alegações, mitos e teorias conspiratórias que circulam em torno do assunto. Através da divulgação de informações científicas precisas e inteligíveis, busca-se desmentir a desinformação e os mitos que cercam as mudanças climáticas, possibilitando que a população esteja informada e possa tomar decisões informadas sobre o assunto.
A ação é crucial para combater argumentos enganosos ou desinformados de pessoas ou iniciativas que negam a existência ou gravidade das mudanças climáticas, dificultando a tomada de ações efetivas para enfrentar o problema. Ao desmistificar as mudanças climáticas, podemos fornecer informações que ajudem a conscientizar a população sobre a gravidade do problema e a necessidade urgente de agir para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar os impactos negativos da mudança climática.
Para realizar o Debunking Climate Change é necessário ter conhecimento científico sólido e uma compreensão objetiva dos argumentos que estão sendo usados para negar a gravidade das mudanças climáticas. É importante que os resultados do Debunking sejam divulgados de forma inteligível e acessível para que as pessoas possam entender e tomar medidas para enfrentar as mudanças climáticas.
Quem conta um conto aumenta um ponto: ei, não dê uma de Pinóquio por aí!
De mentirinha e mentirinha… o teu narizinho só aumenta. Podemos dizer que a árdua missão dos cientistas e entusiastas do tema é o papel de educar, desmistificar e instruir, tal qual fizera Gepetto com Pinóquio. E com base nas mentirinhas contadas por aí, selecionamos algumas delas e vamos desmistificá-las.
Mito 1 – O clima da Terra sempre mudou!
Em seus 4,5 bilhões de anos, é claro que a Terra mudou e o clima também. Contudo, o intenso aquecimento que estamos presenciando não tem relação com o ciclo natural de aquecimento e resfriamento da Terra. As mudanças que normalmente levariam centenas de milhares de anos estão acontecendo em décadas.
As temperaturas globais estão em seu nível mais alto desde o início dos registros. Na verdade, 17 dos 18 anos mais quentes registrados ocorreram desde 2001. O aquecimento tem a ver com a emissão de dióxido de carbono, que tem aumentado desde a Revolução Industrial.
Logo, quando falamos em mudanças climáticas devemos associá-las às ações humanas (ou antropogênicas) que causam essas alterações: queima de carvão, petróleo e gás para produzir energia, sistema de transporte e o corte de árvores para produzir alimentos.
Mito 2 – Plantas precisam de dióxido de carbono
Plantas precisam de dióxido de carbono (CO2) para sobreviver. As plantas e florestas armazenam enormes quantidades de dióxido de carbono da atmosfera a cada ano. Mas e quando essas plantas e florestas não são suficientes para absorver o CO2?
Por conta do desmatamento das florestas, o ciclo de absorção já não é suficiente para manter um equilíbrio saudável. A quantidade de dióxido de carbono produzido por atividades humanas está num nível tão alto que só foi presenciado há 800.000 anos.
Mito 3 – O aquecimento global não é real, pois ainda está frio
As mudanças climáticas não apenas apresentam altas temperaturas e tempos de seca. Elas também refletem em fenômenos climáticos intensos como furacões, tempestades, chuvas intensas e climas extremos, seja de frio ou calor.

Mito 4 – Mudanças Climáticas é um problema do futuro!
A pior mentira é transferir a culpa para outros. Ainda mais para a geração futura.
Cientista tem alertado que temos um curto período de tempo, previsão de 12 anos, para reverter o aquecimento em 1,5°C. E se isso não for feito resultará num colapso climático.
A mudança para reverter isso começa agora ou não haverá futuro.
Mito 5 – Energia renovável é um esquema de ganhar dinheiro
Acredita-se que energia renovável é cara, mas não é bem uma verdade. Energia solar e energia eólica terrestre são as maneiras mais baratas de gerar eletricidade, o que significa que a energia que elas produzem é mais barata do que usar energia nuclear, gás e combustíveis fósseis.
O Brasil é um dos países referência no uso de fontes renováveis em sua matriz elétrica (CNN Brasil, 2022).
O texto original sobre os mitos relacionados às Mudanças Climáticas apontadas aqui é da WWF e pode ser acessado neste link.
Conheça algumas iniciativas que atuam para combater desinformações sobre Mudanças Climáticas
Achou interessante e quer mergulhar fundo no desafio sobre desmistificar as Mudanças Climáticas? Conheça as iniciativas:
Observatório do Clima: uma rede que reúne diversas organizações da sociedade civil, que trabalham em conjunto para monitorar e promover ações de combate às mudanças climáticas.
Fakebook.eco: é uma iniciativa do Observatório do Clima, Greenpeace e Clima Info. A plataforma surge para sistematizar, de maneira didática, o conhecimento essencial sobre os principais mitos, as distorções e os mal-entendidos que rondam o debate ambiental no Brasil.
ClimaInfo: uma iniciativa de jornalismo ambiental que busca fornecer informações precisas e confiáveis sobre as mudanças climáticas, além de ofertar cursos para jornalistas sobre esta temática.
Instituto Clima e Sociedade: é uma organização filantrópica que apoia projetos e instituições dedicados ao enfrentamento das mudanças climáticas no Brasil.
Projeto Colabora: um portal de notícias que aborda temas relacionados ao meio ambiente e às mudanças climáticas, com o objetivo de desmistificar informações falsas e promover ações de combate às mudanças climáticas.
Climate Feedback: uma organização sem fins lucrativos composta por cientistas do clima que revisam e avaliam a precisão das informações sobre as mudanças climáticas divulgadas pelos meios de comunicação.
Skeptical Science: um site que se dedica a fornecer informações precisas e confiáveis sobre as mudanças climáticas e a refutar mitos e desinformações sobre o assunto;
Climate Science Rapid Response Team: uma iniciativa que reúne cientistas do clima para fornecer informações precisas sobre as mudanças climáticas para jornalistas, políticos e outras pessoas que precisam de informações confiáveis sobre o assunto;
FactCheck.org: um site que se dedica a verificar a precisão das informações divulgadas pelos políticos e pelos meios de comunicação, incluindo as informações sobre as mudanças climáticas;
RealClimate: um site que se dedica a fornecer informações precisas e confiáveis sobre as mudanças climáticas e a refutar mitos e desinformações sobre o assunto.
Lab Tempestade Olinda: uma experiência única de imersão para desenvolver soluções climáticas criativas
Nos dias 14 e 15 de abril, a Casa Criatura será transformada em um laboratório criativo e aberto para a primeira edição do Lab Tempestade Olinda, que reunirá pessoas diversas, dentre elas líderes, ativistas, educadoras populares, artistas, arquitetas, estudantes de serviço social e geografia, biólogas, engenheiras, cicloativistas, professoras, profissionais de TI e muitos outras para colaborar no desenvolvimento de soluções climáticas inovadoras. A ação é parte do Laboratório de Ações Climáticas e tem por objetivo instigar o debate sobre Mudanças Climáticas e promover um ambiente criativo para prototipar soluções em resposta às crises e emergências climáticas.
O Lab Tempestade Olinda é uma iniciativa do Instituto Procomum, da Casa Criatura e da Global Innovation Gathering e conta com o apoio da fundação alemã Nord-Süd-Brücken e do Ministério para Cooperação e Desenvolvimento da Alemanha. Para saber mais, acesse aqui.