Com os anos, maio transformou-se no mês dedicado à luta contra a homofobia ou lgbtfobia. Essa campanha ganhou força em 17 de maio de 1990, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças. Entenda a importância de extinguir os estigmas do preconceito e combater a violência contra pessoas LGBTQIA+
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Desde à decisão da OMS, são 32 anos que a homossexualidade não é mais tratada como doença. Mas os estigmas da discriminação e da violência contra pessoas LGBTQIA+ são obstáculos a serem superados numa sociedade que busca pela diversidade de gênero e sexual.
É verdade que muitas coisas melhoraram nesse percurso. Hoje, existem políticas e campanhas públicas de combate à homofobia, além do incentivo às iniciativas privadas para incluírem cada vez mais pessoas LBTQIA+ no mercado de trabalho.
Estamos no século XXI, mas os dados ainda são alarmantes quando pensamos o quanto custa o estigma do preconceito. Segundo o relatório Grupo Gay da Bahia, iniciativa que reúne dados nacionais, apontou que em 2021 houve morte violenta de 300 pessoas LGBT+, um crescimento de 8% em relação ao ano anterior. O Brasil continua como o país que mais mata pessoas LGBT no mundo: uma morte a cada 29 horas, uma verdadeira epidemia de ódio (GRUPO GAY BAHIA, 2022).
O Brasil também é um dos países que mais matam pessoas trans no mundo. De acordo com o “Observatório de Pessoas Trans Assassinadas Globalmente”, da Ong Transgender Europe, esse é o décimo terceiro ano que o Brasil mantém liderança mundial nos assassinatos de pessoas trans e travestis. O projeto iniciou em 2008 e aponta que casos de violência contra pessoas trans têm aumentado com os anos.
O Brasil é, pelo 13º ano consecutivo, o país onde mais pessoas trans foram assassinadas. Relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) indica que em 2021 foram registrados 140 assassinatos de pessoas trans no país, a grande maioria (135) tiveram como vítimas travestis e mulheres transexuais e cinco vitimaram homens trans e pessoas transmasculinas
Revista Poder online, 2022
Uma das formas de incluir é dando oportunidade de trabalho e renda: a Casa Criatura e o Instituto Darwin buscam incluir pessoas trans em suas iniciativas
Casa Criatura e Instituto Darwin são parceiras da Agência Multicor, que atua junto ao setor privado para aumentar a oferta de emprego de pessoas trans e travestis em Pernambuco.



No começo deste ano, a TV Globo foi até a Casa Criatura e entrevistou Maria do Céu – representante da Aliança Nacional LGBTI+ em Pernambuco sobre a importância de incluir pessoas LGBTI+ no mercado de trabalho, principalmente pessoas trans e travestis, que ainda enfrentam preconceitos e grandes dificuldades para serem admitidas no meio corporativo. A reportagem também entrevistou Ray Muniz, mulher trans beneficiada pelo programa de empregabilidade da Agência Multicor e que é a nossa assistente administrativa. Para ela, estar na Casa Criatura é uma oportunidade de crescimento profissional:
Essa é uma oportunidade para alcançar meus objetivos. Atualmente, estudo marketing, trabalho como modelo e sou assistente administrativa aqui da Casa.
Ray Muniz
Patrícia Luna, diretora de Novos Negócios da Casa Criatura e presidente no Instituto Darwin, é a responsável por articular as iniciativas de inclusão de gênero e sexual para dentro da Casa Criatura. Ela aproximou a Agência Multicor e acredita que oportunizar empregos para pessoas LGBTQ+, negras, mulheres ou mães, é uma prática que deve ser encorajada e está alinhada aos valores tanto da Casa Criatura quanto do Instituto Darwin:
Sempre que a gente tiver uma vaga de emprego na Casa ou em nossos projetos temporários, vamos priorizar a contratação de pessoas LGBTQIA+, com atenção especial às pessoas trans e travestis, que são as mais atingidas pela discriminação e têm uma expectativa de 35 anos (…) Acreditamos que inserir essas pessoas por meio do trabalho é uma forma de combater a lgbtqfobia
Patrícia Luna
Além de firmar parcerias como essas da Agência Multicor, a Casa Criatura também busca dar acessibilidade às pessoas trans e travestis nos eventos culturais ocorridos no seu quintal. Desde a Prainha #5 que a Casa Criatura convida e permite a fruição gratuita dos seus eventos por pessoas trans.

